quarta-feira, dezembro 26, 2007
Realmente falta algo
Quando eu vi a discografia atualizada da cantora Julieta Venegas com o CD Realmente Lo Mejor, sem prestar muita atenção no título, já imaginei que não se tratava de um CD de inéditas. Pelo hábito rigorosamente comprovado de Julieta em lançar CDs de inéditas apenas a cada três anos, eu já estou há muito tempo conformado que música nova, só em 2009. Aliás, este foi o único ponto que me desanimou em relação à cantora quando roubei a pauta do Capixaba e virei mais fã de Julieta Venegas do que ele jamais pensou em ser. Por falar em roubar a pauta, tem uma certa estagiária aí que andou aprendendo o que não deve...Mas a preferência dela é pela Alemanha. Faz mal, não. Áustria vem aí, mais outra semana de pílulas da Alemanha também, até Suíça está vindo, então tem artista alemão pra todo mundo que quiser escrever para o blog.

Depois deste enorme parêntese, colchete, chave, aspas...vamos lá falar do tal CD. Quem quer que seja o executivo da gravadora por trás desta coletânea, teve o cuidado de incluir exatamente os singles lançados no mercado a partir de cada álbum: De mis pasos e Como se, de Aquí (1997); Sería feliz e Hoy no quiero, de Bueninvento (2000); Andar Conmigo, Lento, Algo Está Cambiando e Oleada, de (2003); e, finalmente, Me voy, Limón y Sal, Eres para mí e Primer Día, do inesquecível Limón y Sal (2006), que me faz lembrar umas amigas minhas vidradas numa tequila.

É claro que fã sempre acha que falta algo, alguma coisa que está de fora e não poderia ter ficado. Já vou logo dando nome aos bois: Fe, de Bueninvento; Donde Quiero Estar, de , e A Donde Sea, de Limón y Sal. Isto sem falar em outras que até entendo, pois não são da autoria de Julieta: a ótima interpretação para Corre, dijo la tortuga, de Joaquín Sabina, e a forte latinidade de Sin Documentos, de Andrés Calamaro, última faixa do disco Limón y Sal.

No geral, a coletânea é um ótimo ponto de partida para o trabalho de Julieta Venegas. Não apresenta rigorosamente nada de novo: as versões são as mesmas dos CDs originais, sem tirar nem pôr nem editar nem renderizar. Se você, como eu, já tiver os CDs anteriores e estiver com a prateleira cheia ou sem espaço no HD, nem precisa se preocupar em conseguir o CD Realmente Lo Mejor: é só montar a playlist com as faixas na ordem em que estão no CD e salvar no seu player preferido.

Ah, mas peraí! Até que vale a pena pela capa.
 
Psicografado por Hidson Guimarães | Permalink | 0 comentário(s)
domingo, dezembro 23, 2007
Em nome do Pai, do Filho e do Fado
“Cá para mim a trindade
Das coisas bem portuguesas
São o Fado e a Saudade
Mais uma pega das tesas”


Rotulado como expressão da alma portuguesa, o Fado tem uma origem obscura que inclui lendas, histórias e desavenças. De uma herança trovadoresca medieval à influência da melancolia dos cânticos mouros, a hipótese mais aceita atualmente é que esse símbolo da cultura portuguesa tenha uma origem bem brasileira. Peculiar, não? Mas o que dizem os estudiosos é que o Fado veio do Lundum, ritmo africano que foi difundido pelos escravos brasileiros e apropriado pelos marinheiros portugueses.

Com uma visão fatalista do mundo, esse ritmo difundiu-se primeiramente nas classes mais populares, mas depois atingiu toda a camada urbana e os intelectuais. Dessa forma, ele se ramificou por três cidades: Lisboa, Porto e Coimbra; adquirindo características próprias em cada uma.

Como um produto dos tempos, o Fado nunca teve uma fase “pura”, e passou por diversas evoluções e modificações. Nas tabernas portuguesas em 1840 e 1850, ele foi o ritmo dos boêmios, do além-mar. No rádio de meados do século XX, foi experimentado, sofreu uma ruptura e ganhou sua musa maior: Amália Rodrigues. Durante o Estado-Novo português, foi associado a Salazar e sua ditadura. Agora, no início do século XXI, vive uma revitalização e se tornou objeto de identificação dos jovens portugueses.

Apesar de ser produto da simbiose das culturas africana, brasileira e portuguesa, o Fado encontrou nas terras lusitanas uma identificação sentimental que o transformou em ritmo característico e nacional.
 
Psicografado por Juliana Deodoro | Permalink | 0 comentário(s)
Mehr reggae!
Que o reggae de Bob Marley ganhou o mundo, todo mundo sabe. Que o reggae alemão vai fazer o mesmo, você vai descobrir agora. Ele cresce e aparece cada dia mais. Bandas de reggae e de suas derivações, como dub e dancehall, seguem os passinhos dos famosos Seeed e Gentleman e enriquecem ainda mais a cena musical alemã.

Uma nova leitura desse estilo está sendo feita, a começar pela adequação ao clima europeu, de um estilo tão intimamente associado ao sol e às praias. Romper o clichê sem perder a energia da coisa tem sido o desafio. Bem sucedido, podemos dizer. As letras estão contextualizadas em temáticas européias e na Alemanha reggae, agora, também pode ser música de protesto.

Um dos queridinhos e mais bem cotados artistas por lá é Eric Alain Wilson, mais conhecido como Nosliw. Pegou, pegou? Wilson. Nosliw. Não? Deixa para lá.
Duas vezes ganhador do título de Revelação do Ano concedido pela “Riddim” - maior revista de reggae do país – o cantor começou sua carreira em 1991, cantando hip Hop em inglês. Ao longo dos anos foi conquistado pelo reggae e trocou o idioma estrangeiro de suas canções pela língua materna.

Só gravou dois álbuns “Mittendrin” (2004) e “Mehr Davon” (2007) mas já ganhou o respeito do público e da crítica. O cara é considerado o maior representante do reggae de raiz por lá. Dá para conferir um pouco do estilo dele no clipe abaixo. A música, com o mesmo nome do álbum, é a canção de trabalho de “Mehr Davon”.

 
Psicografado por Adriana Costa | Permalink | 6 comentário(s)
sábado, dezembro 22, 2007
Por una cabeza
Fechando a trilogia de textos que comecei sobre as origens do tango e de seu grande herói, lanço mão de um recurso que meus amigos já usaram aqui. A tradução do maior clássico de ambos. Na letra, o eu-lírico canta uma comparação entre seu vício por corridas de cavalos e sua atração por belas mulheres. Mais tango e mais Gardel, impossível.

Por una Cabeza
Carlos Gardel & Alfredo Le Pera

Por una cabeza de un noble potrillo
(Perdendo) por uma cabeça de um nobre potrilho
que justo en la raya afloja al llegar
que afrouxa na raia quando está perto de chegar
y que al regresar parece decir:
e que ao regressar parece dizer:
no olvides, hermano,
não esqueças, irmão,
vos sabes, no hay que jugar...
tu sabes, não deves apostar...

Por una cabeza, metejón de un dia,
Por uma cabeça, idéia fixa de um dia,
de aquella coqueta y risueña mujer
daquela mulher risonha e jocosa
que al jurar sonriendo,
que ao jurar sorrindo,
el amor que esta mintiendo
o amor que está mentindo
quema en una hoguera todo mi querer.
queima em uma fogueira todo o meu querer.

Por una cabeza, todas las locuras
Por uma cabeça, todas as loucuras
su boca que besa
sua boca que beija
borra la tristeza, calma la amargura.
apaga a tristeza, acalma a amargura.

Por una cabeza, si ella me olvida
Por uma cabeça, se ela me esquece
que importa perderme,
que importa que perca
mil veces la vida
mil vezes minha vida
para que vivir...
para que viver...

Cuantos desengaños, por una cabeza
quantos desenganos, por uma cabeça
yo jure mil veces no vuelvo a insistir
eu juro mil vezes e volto a insistir
pero si un mirar me hiere al pasar,
mas se um olhar me fere ao passar,
su boca de fuego, otra vez, quiero besar.
sua boca em fogo outra vez quero beijar.

Basta de carreras, se acabo la timba,
Basta de corridas, acabaram-se as apostas
un final reñido yo no vuelvo a ver,
um final disputado não volto a ver
pero si algun pingo llega a ser fija el domingo,
mas se algum pingo* chega a ser ficha no domingo
yo me juego entero, que le voy a hacer.
eu me entrego inteiro, o que posso fazer?



*Pingo = cavalo veloz, excepcional

Incrível como, a cada dia, Gardel canta melhor...
 
Psicografado por Costoli | Permalink | 0 comentário(s)
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Burakos no sistema de som
O kuduro, ritmo típico de Angola, faz sucesso também na Europa. O principal responsável por essa invasão é o grupo português Buraka Som Sistema. Um kuduro pra inglês ver, é bom que se diga, em uma linha meio Bonde do Rolê. Logo abaixo vocês ficam com o clipe de um dos sucessos do Buraka, que conta com a participação da cantora Petty. E também ficam com a promessa de um texto mais recheado na próxima semana.

 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 2 comentário(s)
Cronograma Invasões Bárbaras
A greve acabou, ou ao menos esperamos que sim.


Quarta: Tiago Capixaba anima o blog com um texto sobre o "Kuduro" do Buraka Som Sistema.

Quinta: Esse Baiano é uma caixinha de surpresas. Vai saber o que ele vai escrever.

Sexta: Vetrô Gomes depois de falar do leão do Egito, se aventura pela terra de leões e escreve sobre Taufik Batisah.

Sábado: Juliana Deodoro continua falando sobre o Fado. Parece que gostou.

Domingo: Adriana Costa continua gastando seu vocabulário alemão, desta vez falando do Nosliw.
 
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sábado, dezembro 15, 2007
Greve dos roteiristas

Parece coisa do Império, mas é verdade. Os redatores desse respeitado e necessário blog estão de greve. Bem, o fato é que as negociações já começaram e devem acabar em breve. Já foram providenciados bônus percentuais sobre o valor do salário de cada um e na semana que vem tudo deve voltar ao normal. Espero que a cerveja e a festa de hoje ajudem a acalmar os ânimos.


Atenciosamente,

Tiago Capixaba
 
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quinta-feira, dezembro 13, 2007
A Festa antes das Férias
 
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segunda-feira, dezembro 10, 2007
Cronograma Invasões Bárbaras
Promessas quebradas e a esperança de que cumpramos o nosso cronograma da semana.

Terça: Vetrô gomes depois de falar do leão do Egito, se aventura pela terra de leões e escreve sobre Taufik Batisah.

Quarta: Tiago Capixaba anima o blog com um texto sobre o "Kuduru" do Buraka Som Sistema.

Quinta: Esse Baiano é uma caixinha de surpresas. Vai saber o que ele vai escrever.

Sexta: Igor Costoli escreve um teaser.... Nada de novo.

Sábado: Juliana Deodoro continua falando sobre o Fado. Parece que gostou.

Domingo: Adriana Costa continua gastando seu vocabulário alemão, desta vez falando do Nosliw.
 
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sábado, dezembro 08, 2007
Hier sind: S - 3E - D - SEEED!
Me fizeram pesquisar em alemão. Lembranças traumáticas revividas, uma revista fracassada ao meu armário em busca do meu antigo dicionário e xícaras, xícaras e xícaras de cappuccino depois descubro que não entendo mais paçocas da língua. Frustrante. Teria sido pior se a banda não fosse tão fod...er...bacana. Com ela no fone de ouvido, eu quase juro que nem senti a madrugada passar.
Jamaicano mesmo só Alfi, o percussionista, mas o reggae feito por Seeed é marcante o suficiente para angariar fãs no mundo inteiro, inclusive na ilhazinha. Mais dez alemães compõem o grupo, entre eles Enuff, Ear e Eased, os três MCs que comandam o batidão. É, batidão mesmo. Mas da melhor qualidade. Isso porque a banda escolheu o Dancehall – estilo musical enraizado no reggae, porém mais rápido, mais marcado e recheado de samples.

A predominância do estilo não exclui outros ritmos. Hip-Hop, Dub, Ska e o bom e tradicional Reggae a la Bob também estão presentes no caldeirão Seeed. Outros ingredientes como letras em alemão, inglês e patois, espécie de dialeto, enriquecem ainda mais a receita. Talvez toda essa fusão se deva à influência das famílias dos meninos. Três deles possuem pais de outros países: França, Guiana e Republica de Ghana. Ou então a origem do caldeirão pode estar no local de origem da banda, Berlim, cidade pela qual os integrantes são simplesmente apaixonados. Dickes B, primeiro single da banda é praticamente uma declaração de amor à capital.

Nascida nas ruas de Kreutzberg, a idéia era formar um grupo para se apresentar no Carnaval das Culturas, festival de rua que antecipa a entrada do verão, em 1998. Nem precisa falar que deu certo. Tempos depois a banda foi descoberta por um figurão da indústria fonográfica, Jack Scorpio, que investiu pesado nos garotos. Vale muito a pena conferir.

Aqui estão: S - 3E- D – SEEED!
 
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sexta-feira, dezembro 07, 2007
A Faca Portuguesa


Qualquer pesquisa que se vá fazer sobre A Naifa trará diversas rotulações sobre sua sonoridade: fado atípico, pop português, canção urbana, trip hop, pop rebelde. O que se sabe sobre essa banda portuguesa, no entanto, é que ela apareceu em 2004 e espantou o mundo crítico.



Com seu “fado contemporâneo”, A Naifa surgiu com objetivos bem nacionalistas de produzir música pop com um toque do ritmo mais tradicional de Portugal. A banda é composta por três integrantes fixos: Luís Varatojo (guitarra portuguesa), João Aguardela (baixo) e Maria Antonia Mendes (voz). Suas músicas passeiam pelo fado e pelo experimentalismo eletrônico com letras de uma nova geração de poetas como Rui Lage, Adília Lopes, José Luís Peixoto e Thiago Gomes.

A Naifa lançou dois discos: “Canções Subterrâneas” (2004) e “3 minutos antes de a maré encher” (2006). Uma dica é entrar no site oficial da banda, onde é possível conferir músicas e clipes.
 
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quinta-feira, dezembro 06, 2007
O Leão do Egito

Hakim nasceu na cidade de Maghagha, na província de Minya no Egito. Ele cresceu ouvindo o Sha’bi, um estilo simples, que pode ser traduzido como “do povo”. O Sha’bi é como o rap, fala das dificuldades da vida urbana, com vocais rápidos e improvisados conhecidos como Mawal.

Desde cedo, Hakim treinava seus Mawals, para um dia se tornar um cantor. Aos 14 anos de idade, formou uma banda cover dos grandes artistas do Sha’bi. O grupo fez tanto sucesso que logo já estava fazendo shows por toda Minya.

Seu pai queria que ele fizesse alguma faculdade, por isso o mandou para Cairo. Isso era o que faltava para a carreira musical de Hakim decolar. Na capital, ele conheceu nomes importantes da música egípcia como Ibrahim El Fayoumi, que o ajudou a começar.

Em 1991, Hakim lançou seu primeiro disco “Nazra”. Desde então foram mais oito: “Nar” (1994), “Hakim Remix” (1998), “Hayel” (1999), “Yaho” (2000), “The Lion roars – Live in América” (2000), “Talaliki” (2002), “El Yomen Dol” (2004) e “Lela” (2006).

Agora, ele está dando os toques finais em seu disco “Tigi Tigi” que deve ser lançado em fevereiro de 2008. O clipe que deixo para vocês ouvirem é do cd “Talalik” é um dueto que o Leão do Egito fez com Olga Tañon, de Porto Rico, a música se chama Ah Ya Albi


 
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Óculos Escuros
Esta eu não havia prometido, mas não via a hora de poder dividir com os leitores do blog. Faz um bom tempo que eu vinha tentando a tradução de Černý brejle, da banda Ready Kirken, da República Tcheca. O apoio da conterrânea da banda Andrea Havlatkova veio em hora providencial, em que eu tinha tema livre para o blog. O interessante foi um detalhe que me intrigava no clipe se resolver porque é justamente o título da música. Então, aí está, estrofe por estrofe, pra cantar junto com o clip:




Černý brejle
Óculos Escuros

Nosím černý brejle, protože mi nejde chránit svoji duši, která něco tuší.
Uso óculos escuros porque não consigo proteger minha alma, que suspeita de algo.

Z okolností zdá se, že nepřichází zase to co bych si přál, budu čekat dál.
Parece que aquilo que desejo ainda não está chegando, então espero.

Ať mně někdo odpoví, proč přišlo tohle období.
Será que alguém pode responder porque este momento chegou?

Tak náhlá změna trasy má skrytej význam asi.

Tal mudança de direção provavelmente tem algum sentido oculto.

Refrén: (Refrão:)

Zdálo, zdálo, zdálo, asi se mi zdálo
Sonhava, sonhava, sonhava, assim eu sonhava
Málo, málo, málo, že chybí už tak málo.

Pouco, pouco, pouco, que só falta pouco.

Dochází mi náboje, však nevzdávám to bez boje.
Estou sem munição, mas não vou desistir sem combater.

Pořád věřím tomu, že se vrátí domů.
Ainda acredito que volto para casa.

Tak snadno mě nezlomí ani pouhý vědomí, že mně zatím nejde čekat až to přejde.
Nada pode me derrubar, nem mesmo minha mente, e não vejo a hora de que isto acabe.
 
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quarta-feira, dezembro 05, 2007
Aterciopelados
Em meio a muitos grupos com ritmos marcantes e mais característicos, a banda Aterciopelados passou um pouco despercebida na nossa semana Colômbia. O tropipop dançante de Bonka e cia., a mistura folclórica de Toto La Momposina ou o rock mais encorpado do Pornomotora, foram alguns dos ingredientes que ajudaram a ofuscar o Aterciopelados.

Bem, mas a banda sem dúvida merece espaço. São 17 anos de carreira e um reconhecimento que ultrapassou o limite do território colombiano há bastante tempo. Andrea Echeverri, vocal e guitarra, e Hector Buitrago, arranjos e baixo, são o núcleo imutável da banda, que já teve várias trocas durantes esses anos.

O estilo pode ser definido como rock alternativo, mas sem dúvida não se esgota nesse rótulo. A mistura do rock com ritmos latinos tradicionais e música eletrônica, somada a voz inconfundível de Andrea, dão ao Aterciopelados uma sonoridade singular, que as vezes parece ter saído de alguma máquina do tempo.

A última gravação da banda foi o disco "Oye", que ganhou o prêmio de "melhor álbum de música alternativa" no Grammy Latino desde ano. O cd é de outubro de 2006, portanto ficou um pouco frio para o nosso quadro do programa semanal, o "Saído do Forno". Mas prometo que nas próximas semanas escrevo e posto uma resenha sobre o álbum.

Até a próxima!
 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 0 comentário(s)
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Cronograma Invasões Bárbaras
Post de número 200. Achei que nunca chegaríamos aqui... Mas cá estamos e nessa nova semana, mais textos para você.

Terça: Tiago capixaba volta a Colômbia para falar dos Aterciopelados, uma banda local.

Quarta: Hidson Guimarães, vulgo baiano, aproveita suas férias na Suiça baiana e posta um texto descompromissado.

Quinta: Vetrô gomes, os faraós e o Tchan. Todo mundo no Egito. Eu, falando de Hakim, os faraós enterrados e o Tchan ralando!

Sexta: Juliana Deodoro fala sobre o Fado e A Naifa, ambos de Portugal.

Sábado: Adriana Costa resolve gastar seu vasto vocabulário alemão e fazer um texto sobre o Seeed.

Domingo: Dia livre. Não sei quem posta, mas post haverá.

E que venham os 300.
 
Psicografado por Vetrô Gomes | Permalink | 1 comentário(s)
domingo, dezembro 02, 2007
De bandas preferidas o mundo está cheio
Vetrô mandou e eu obedeço: vou abrir meu coração. Há algum tempo, não sei como nem por quê, comecei a ser encarregada de pesquisar bandas da Ásia aqui para o Invasões. Tudo muito interessante: dancehall tailandês, pop rock japonês, bhangra indiano... Interessante, mas nada que coincidisse com meu gosto pessoal para música. Até que, um dia, achei algo que poderia se aproximar: Roller Coaster, um acid jazz da Coréia do Sul.

Essa banda tem seus primórdios em 1999, quando os membros Jinu (baixo e programação eletrônica), Jo Won-sun (vocal e teclado) e Lee Sang-soon (guitarra) se juntaram para formar o primeiro projeto com essa proposta na Coréia do Sul. O som deles mistura rock, batidas eletrônicas, jazz, funk, soul music e bossa nova. O meu primeiro contato com o Roller Coaster foi através do clipe da música Can’t Hide, de 2006, que diferente de muita coisa que eu já vi em pesquisas, é bem bacana.



Tempos depois, fiz uma segunda pesquisa, e ela me levou aos primórdios do grupo, às músicas mais pop cujo viés eletrônico se destaca. Essa fase não me agradou muito: é colorida demais, alegre demais, uma coisa bem diferente de Can’t Hide. Assim, para não desmentir Vetromille, digo: Roller Coaster é minha banda preferida de uma música só.
 
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sábado, dezembro 01, 2007
Dos canos aos tambores
Nas sociedades pré-coloniais da África Ocidental, os “griot” eram sábios que detinham as histórias orais passadas de geração para geração através da música. Doudou N´Diaye Rose é um deles. Considerado um dos maiores percussionistas da África, o senegalês, nascido na década de 20, fez bonito também fora do país.

Chegou, inclusive, a receber de parte da crítica especializada em música, o título de "Jimmy Hendrix da percussão" e um outro, um pouco mais romântico: “Poeta dos ritmos do Sabar”. A paixão pelo Sabar, tambor africano, começou aos nove anos e embora a família não gostasse da idéia, o garoto matava aulas para ver os percussionistas da vizinhança tocarem. Encontrou um mestre, El Hadj Mademba Seck, um dos melhores percussionistas da cidade de Dakar, capital do Senegal, com quem estudou durante anos, enquanto se dedicava à profissão de encanador (hein?!).

Em 1960, com a independência de seu país, Rose se tornou uma figura cultural proeminente, fez contribuições para a composição do novo hino senegalês adotado, assim como as vinhetas para a única emissora nacional de TV. A partir daí o homem caiu no mundo e fez carreira na França, América do Norte e Japão. Alguns figurões tiveram a honra de tocar com Doudou. Miles Davis, Rolling Stones, Peter Gabriel, Dizzy Gillespie e Kodo foram alguns deles.

O grupo Drummers of West Africa fundado por ele é constituído apenas por integrantes da família. Coisa pouca. Seus quarenta e dois filhos e suas quatro esposas, que compõe junto com as outras mulheres da família o grupo Les Rosettes, algo bem incomum para o mundo africano dos tambores.

No auge dos seus 79 aninhos, Doudou N´Diaye Rose coordena sua prole com vigor, toca loucamente, pula no palco como se tivesse um quarto da idade que tem e coloca todo mundo para dançar. Inclusive eu e algumas boas centenas de belo-horizontinos que estavam na Praça da Estação, no último dia 24, assistindo aos espetáculos do Festival de Arte Negra.

 
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