quarta-feira, outubro 31, 2007
Miranda al corazón!

A capa do novo álbum dá o recado: o Miranda! é pop e não tem vergonha disso. Fast music que ataca o coração e cola direitinho. Uma ouvidinha e lá está você cantarolando no dia seguinte. "El Disco de Tu Corazón" teve seu lançamento cercado de muitas expectativas e se não atendeu a todas ao menos mostrou que o eletro-pop-melodramático dos porteños veio para ficar. O disco, bem produzido, já gerou alguns sucessos e rendeu indicações para os prêmios da MTV e o Grammy Latino.

"Prisionero", primeira música de trabalho, abre o álbum e mostra que algo mudou. Mas a pulga atrás da orelha aos poucos é dissipada com a boa seqüência inicial. "Hola" conserva o frescor das batidas eletrônicas alegres do álbum anterior ("Sin Restricciones"), "Perfecta" traz pitadas de reggae e ganha charme com a participação da mexicana Julieta Venegas. "Enamorada" fecha bem essa "primeira parte" do cd, na voz segura da vocalista Juliana Gattas e nos rifes da guitarra de Lolo.

Éramos cinco. Em meio as letras ingênuas e os tons agudos de Ale Sergi surge a suave constatação de que algo cambió. Um membro a menos faz diferença. Bruno, o responsável pelas programações musicais, deixou a banda um mês antes do lançamento do álbum e também um vazio, que ecoa pelas canções.

E assim passeia o Miranda! por músicas com cara de "lado b", pedacinhos sem alma de um coraçãozinho despedaçado:(. "Voces", "Hasta hoy", "Vete de aqui" e "No me celes" são bons exemplos. Mais românticas, menos dançaveis, com carinha de dor de cotovelo. Do ar alegre de "Don", "Yo te Diré" (de "Sin Restricciones") e "Hola" para uma atmosfera quase melancólica. Respiros de um álbum que nos deixa um tanto sem ar. A adolescência parece mesmo o período dos altos e baixos. Agora resta saber em qual direção vai o trabalho da banda.

O fato é que apesar das contra-indicações vale a pena provar do chicletinho argentino. É som que ajuda a refrescar o mercado musical latino-americano, menos do mesmo. Deixo os leitores com o clipe de "Prisionero", a primeira faixa do disco.

 
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terça-feira, outubro 30, 2007
Saída pela esquerda


Quando pesquisava Tailândia, encontrei uma banda de rock como há muito não ouvia. Um rock bem marcado, com guitarra agressiva, do jeito que eu gosto. Essa banda era o Taxi.

O cd degustado na época era o Full Option, o terceiro da banda, lançado em 2003. Então, ao ver que eles haviam lançado o cd Exit, em 27 de fevereiro de 2007, me enchi de expectativas para ouvir essa banda que já havia entrado para o rol das favoritas desde que vos fala.

A primeira coisa a se reparar neste novo cd, é que a banda mudou de nome. Como muitas banda no mundo também se chamavam Taxi, eles colocaram o nome do vocalista na frente e agora atendem pela alcunha de Kob Taxi.

O Exit (เอ็กซ์ซิท) é uma experiência que requer, no mínimo, duas audições, em momentos diferentes. Eu caí na besteira de fazer uma resenha dele para o quadro "Saído do forno" tendo ouvido o cd apenas 3 vezes. A primeira impressão que se tem, é que o taxi volta com Tudo, principalmente para a faixa hit "Hero". Levado pela introdução, me empolguei ainda mais...

Aí vem o primeiro estranhamento. As Faixas Èk sít (ไม่สบาย) e Gòt jai mâi gòt kor (กอดใจไม่กอดคอ), que seguem Hero, apresentam um som mais tranquilo, quase romântico. Quando cheguei a Krai (ใคร) achei que a energia da banda tinha se dissipado no espaço durante esses 4 anos.

Na segunda metade, o cd volta a pesar. Com um respiro nas faixas 8 e 9, chegamos a faixa mais pesada da história do Taxi, Nen-koon (เนรคุณ). O flerte com o Heavy metal é claro na introdução. Para finalizar, temos um retorno ao som romântico numa faixa de voz, piano e violino, Nueng buak nueng pen nueng (หนึ่งบวกหนึ่งเป็นหนึ่ง).

A impressão que fica é de que o Taxi ainda está tentando achar o seu som, apesar de já ser uma banda de qualidade. Os experimentos sonoros de Exit geram uma falta de unidade dentro do cd. E para você que está curioso para ouvir os caras, abaixo vai o clipe da faixa 2 de Exit, Hero.

 
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Cronograma invasões Bárbaras
Se essa moda pega, o cronograma ainda muda de dia...

Terça: Vetrô Gomes

Quarta: Tiago Capixaba

Quinta: Vetrô Gomes

Domingo: Hidson Guimarães

E que Deus ajude todo mundo a postar no dia certo...
 
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domingo, outubro 28, 2007
Carnasuécia
Este Invasões descobre coisas...Não deu para incluir nas pílulas da Suécia, mas semanal, DJs Bárbaros e blog estão aí pra isso.

O artista em questão foi indicação de um conhecido da Suécia que estava por dentro das tendências de seu país e também sabia que eu era brasileiro. Pus pra ouvir, já pensando que seria uma coisa do tipo bossa-nova, que é a visão de música brasileira que se tem lá fora. Felizmente, a música mostra a que veio logo na abertura: bateria, uma seqüencia longa de percussão e eis que entra a guitarra combinada com a base de tambores e os gritos de "Hey, hey!", numa receita que passaria despercebida na voz de Durval Lélis ou Tuca Fernandes , em shows de Asa de Águia ou Jammil e Uma Noites, respectivamente.

Håkan Hellström é tão pop, mas tão pop, que chega a dar volta e virar indie. A apoteose da carreira foi a sua apresentação da música "Vamos Fugir", cantada em bom português para uma platéia que incluía um admirado Gilberto Gil ao lado da rainha Sílvia. Mas isto é assunto para o quadro Conversões do semanal.

A presença de Gilberto Gil é um indício de que este axé sueco de Håkan Hellström não nasceu por acaso nas ruas nevadas de Gotenburgo, terra natal do artista. Não que isto não fosse possível, pois reza a ciência que várias descobertas científicas aconteceram simultaneamente em pontos distantes do globo, sem que um cientista tivesse acesso ao outro. Além disto, grosso modo, axé music é percussão africana com guitarras aceleradas, nada impossível de ser pensado alhures. No caso de Håkan, porém, o seu trabalho começou com uma viagem ao Brasil em que estava dando uma de repórter, em 2002. Na ocasião, fez aquele roteiro básico de visitar escola de samba. Na volta, veio o CD Det Är Så Jag Säger Det, expoente máximo do axé music sueco. Ou seja: Håkan Hellström também resolveu fazer a mistura de tambor com guitarra elétrica.

O resultado disso tudo é bem-humoradamente familiar, ainda que mantenha o estilo dos vocais mais agudos e abafados de seu autor. Mas, a julgar pelo conjunto da obra, a influência da música brasileira em Håkan Hellström é bem mais antiga: o seu primeiro CD, Känn Ingen Sorg För Mig Göteborg, tem a faixa Ramlar que também me foi enviada como exemplar da música sueco-brasileira. Bem, isto é questão de ouvir no semanal, no DJs Bárbaros e testar se dá reggae ou não, ou, melhor dizendo, axé.

A esta altura você deve estar se mordendo de curiosidade para saber como soa o tal axé sueco. Bem, a música que gerou toda esta discussão foi Mitt Gullbergs Kaj Paradis, algo como "Meu paraíso do cais da bela montanha". Não foi feito clipe para esta música, uma pena. Mas logo abaixo temos um clipe caseiro de fãs com um bom trecho da música, para matar a vontade. Não consegui descobrir se é uma homenagem ou uma sátira, mas enfim, o importante é o conteúdo sonoro.



E para não fazer feio com a obra do artista, deixo também o clipe oficial da música Kom Igen Lena, que está no álbum do axé em questão e também foi single. Dúvidas, sugestões, curiosidades, é só entrar em contato e acompanhar o semanal e os DJs Bárbaros.


 
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quarta-feira, outubro 24, 2007
Indies Bárbaros - Parte 2
Recentemente, Belo Horizonte assistiu a mais uma edição da Mostra Mundial de Cinema, o Indie07. E dentro da curadoria Música do Underground, o Invasões Bárbaras viu alguns filmes que valem muito uma menção.


Contando Cabeças: As irmãs Sul-Africanas do Hip Hop
(Counting Headz: South Afrika's Sistaz In Hip Hop)
Um documentário de Erin Offer & Vusi Magubane, África do Sul, 2006, 50 min.

O documentário Sul-Africano sobre as Sistaz do Hip-Hop é um caso muito à parte. Lembrei-me de um indie antigo, quando assisti a Dogtown and Z-Boys, sobre o surgimento do skate vertical. O que o doc de Stacy Peralta supera em técnica, este Counting Headz supera em permanência e pertinência. É um trabalho apaixonado sobre o espaço que as mulheres tiveram que brigar pra conquistar no hip-hop.

Três são as moças que formam a linha de frente do filme, ainda que várias outras apareçam sempre pertinentemente. Aliás, talvez alguém diga que moça não é o termo exato quando duas delas já são mães, mas essa é a grande discussão: quem define o que uma mulher pode ou não pode; deve ou não deve ser?

A MC Chi, a Dj Sistamatic e a grafiteira S
mirk são três das mais respeitadas artistas da cena Hip Hop na África, e têm muito a dizer sobre quebrar barreiras e vencer preconceitos. Inclusive, sobre as contradições dessa luta. Sistamatic se revoltou com uma revista, certa vez, porque os fotógrafos queriam explorar seu lado feminino, coisa que ela não estava interessada em mostrar, não da forma como a revista queria. Isso diz muito sobre o que os homens esperam que a mulher seja na cena artística: bunda e peitos.

Entretanto, outra discussão é levantada. A mulher precisa ser dura, forte, caso contrário não conquista o respeito dos homens. Chi se pergunta o porquê, sendo que isso praticamente limita a mulher a se tornar um "macho", a descartar sua sensibilidade em vez de transformá-la em arte. E não é isso que ela quer, quer o direito de ser feminina sem ser desacreditada de seu trabalho.

Isso, em 50 minutos em que não se ouve uma única voz masculina. Counting Headz é um belo exercício cinematográfico de montagem, em que as falas conduzem uma história com sentido, delimitada em temas sem a necessidade de um narrador, exceto poucos caracteres apenas para reforçar algumas frases.

Por tudo isso, é um filme que permenece ressoando na cabeça, e que continuará sempre instigante por ser atual e tratar de um tema sempre universal. É menos um documentário sobre música, e mais uma história sobre como a mulher precisa lutar pra não ser só aquilo que os homens reservaram pra ela.

Leia também a primeira parte da cobertura.
 
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terça-feira, outubro 23, 2007
Cafézão
1- O novo álbum da banda mexicana Café Tacvba saiu do forno e foi lançado neste mês de outubro. O clipe da música Volver a Comenzar já está sendo veiculado e a turnê mundial do grupo segue de vento em popa. O Japão será o próximo destino dos tacubos. Abaixo segue a versão completa do vídeo, com generosos oito minutos e 18 segundos.




2- Bem, os últimos dias foram animados pelos lados do norte. A premiação da MTV Latina aconteceu na última quinta-feira (18) na Cidade do México. Cerca de 12 milhões de votos foram registrados para mostrar como anda a popularidade das bandas latinas. A festa foi marcada pelo tom consciente, discurso de proteção ambiental, alertas contra o aquecimento global... Fora isso alguns bons shows, participações de convidados do Império e vaias para integrantes do RBD. Uma noite meio morna na opinião de muitos. Fica o registro.

E aí. Gostaram do clipe do Café?

Até a próxima!
 
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Cronograma invasões Bárbaras
Estou postando tarde, mas pra mim ainda é segunda.

Terça: Tiago Capixaba

Quarta: Igor Costoli

Quinta: Hidson Guimarães

Sexta: Vetrô Gomes

Tomara que todo mundo consiga cumprir o prazo.
 
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domingo, outubro 21, 2007
Do jeito que o Costoli gosta
Encontrei a banda alemã de rock indie Tocotronic absurdamente por acaso, quando estava pesquisando sobre a Áustria (aguardem que vem por aí). Muitas vezes a gente descobre novos artistas acompanhando as suas participações especiais (ou featuring, ft., na linguagem corrente do meio fonográfico) em músicas de bandas que já conhecemos. Mas desta vez foi o título de uma música da banda Heinz aus Wien que me chamou a atenção: Ich Hab Mit Tocotronic Bier Getrunken (bebi cerveja com Tocotronic). Quem ou o que seria Tocotronic? Na hora já desconfiei que poderia ser uma banda ou artista, até porque o nome se encaixa no perfil de bandas indie como o próprio Heinz aus Wien. Uma rápida pesquisa e descubro que esta banda de Hamburgo (a Tobotronic, não a Heinz aus Wien, que é de Viena, obviamente) tem exercido uma influência marcante no cenário alternativo da música em língua alemã desde a sua fundação, em 1993. Tão marcante que lhe rendeu um convite para tomar cerveja. Mas isto é uma outra história, já que por agora vamos falar de Alemanha e de Hamburgo.

A banda influenciou não só a música mas também a cultura pop em geral, como no jeito de seus integrantes se vestirem e nas letras repletas de metáforas e ironias ("Ich möchte Teil einer Jugendbewegung sein" - Eu queria ser parte de um movimento juvenil). Pela sua influência, foi denominada, junto com outra banda, Die Sterne, de representante da Escola de Hamburgo ("escola" no sentido de conjunto de artistas que transmitem um legado cultural em comum). Tocotronic considera um pouco demais esta nomenclatura e prefere dizer que faz rock discursivo, numa alusão ao fato de tratar a música pop de forma intelectual.

O nome da banda vem de Tricotronic, um antigo minivideogame japonês, precursor do GameBoy. Desde o seu inovador nascimento, Tocotronic (esta é a banda, e não o videogame) foi dando passos em direção ao pop, além de lançar álbuns em inglês destinados ao sucesso mundial, o que é pouco para quem praticamente reinventou a música em língua alemã e criou bases para que bandas como Wir Sind Helden reavivassem o rock em língua alemã no mainstream anos mais tarde.

Kapitulation é o álbum mais recente, com direito a clipe da faixa-título. O som você curte...agora! (E sempre, até que o Youtube nos separe).



 
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quinta-feira, outubro 18, 2007
Indies Bárbaros - Parte 1
Na semana passada, Belo Horizonte assistiu a mais uma edição da Mostra Mundial de Cinema, o Indie07. E dentro da curadoria Música do Underground, o Invasões Bárbaras viu alguns filmes que valem muito uma menção.

Oriente Desperdiçado
(Wasted Orient)
Um documentário de Kevin Fritz, EUA/China, 2007, 92 min.

Este filme é quase um road movie, acompanhando a turnê da banda Joyside pela China. A primeira descoberta é que o punk é realmente bem menos música e bem mais atitude, o que faz com que acompanhar uma banda, em qualquer país, seja um grande exercício de descoberta do homem primitivo. Do quanto pode ser escatológico e anti-higiênico manter a coexistência de álcool, homens, e nenhuma influência feminina ou materna.

Os integrantes do Joyside não são heróis, tampouco são párias, e talvez resida aí dos grandes trunfos do documentário. São gente que apostou em um caminho, vive daquilo que gosta, e que se lixa para as opiniões externas.

Será mesmo? Porque, em algum lugar ali, no subterrâneo, havia alguma coisa mais, mesmo que fosse possível escavar esse algo mais com uma colher...

Bebo pra não ficar consciente de mim mesmo.

Não é, definitivamente, um documentário sobre qualquer China dos dias de hoje. Nem a tradicional, nem a moderna, e é complicado pensar em choque cultural ali. Entretanto, não pensar em choque quando vemos a casa ou hábitos de higiene dos integranes do Joyside é impossível. Um dia antes o indie afirmava que o punk não está morto, e eu pergunto que punk é esse que está vivo?

Punk is not Dead é um documentário que, em algum momento, vê como o Punk foi absorvido pelo mercado e se tornou também um negócio. E isso é algo muito pertinente, num mundo em que até a rebeldia é bem de consumo, um mundo em que "o que está vendendo bem são roupas anti-consumismo". Entretanto, é fora do mainstream (e justamente por isso, talvez) que o punk continua sendo forte e, principalmente, punk.

- Se você ama alguma coisa, deve odiá-la também... porque só o ódio é verdadeiro. Então você deve amar e odiar aquela coisa (...) Admiro todos que fazem rock, mas, sei lá, o rock, não é necessário...

Não são, verdade, grandes pensamentos, mas o guitarrista Yang Yang chama atenção no grupo. Não porque é japonês, mas porque entre todos parece o que não consegue usar o álcool como escapatória. Ele tenta, mas apesar de tudo, ainda é o elemento que distoa do grupo. Não há julgamentos, não há muita moral em jogo neste documentário, mas ele carrega uma tristeza no jeito, que escapa quando está bêbado.

Uma tristeza sensível, como se tivesse acordado um dia, percebido onde estava, e decidido beber pra não perceber novamente. Mas Yang Yang não consegue, e segue um tom abaixo do grupo. E antes de terminado o documentário, o guitarrista é excluído do grupo, sem que tenhamos qualquer resposta quanto ao porquê. Não que fosse necessário...

 
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segunda-feira, outubro 15, 2007
Cronograma invasões Bárbaras
Sem piadas. nem firulas:

Terça - Igor Costoli

Quarta - Hidson Guimarães

Quinta - Vetrô Gomes

Sexta - Tiago Capixaba
 
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sábado, outubro 13, 2007
Eva x Eva
O título não tem a ver com alguma casa noturna voltada para lésbicas, mas sim com o CD mais recente da cantora italiana Carmen Consoli, Eva contro Eva, publicado em maio de 2006. Não é nada saído do forno, mas ainda está sendo bastante servido no cardápio da artista.

Carmen Consoli (lê-se "Cônsoli" e não Costoli, como pensaram alguns bárbaros) segue a base prevalecentemente acústica de seus trabalhos anteriores. Tutto su Eva, a faixa inicial e quase homônima ao álbum, Sulle Rive di Morfeo e Preghiera in Gola, entre outras, são exemplos de canções mais acústicas e lineares.

O som se eleva um pouco em Signor Tentenna, que foi o primeiro single retirado do álbum. Esta canção foge um pouco da temática de feminilidade e maternidade do álbum: em vez de tratar dos pensamentos cotidianos das mulheres, nesta faixa Carmen canta as aflições deste senhor que se vê às voltas com uma mulher neurótica e ciumenta, incapaz de enxergar os reais dilemas e inquietações do companheiro. Em Maria Catena e Il Pendio dell'Abandono, nos deparamos com um cromatismo todo especial, que bebe na música folclórica tradicional da própria Itália.

O destaque do CD, no entanto, fica para os samplers e participações especiais, importantes para estender as dimensões musicais da cantora. Em La Dolce Attesa, temos uma gravidez psicológica e uma inserção da voz de Rosa Balistreri, cantando em dialeto siciliano. Madre Terra é compartilhada com a beninense Angélique Kidjo. Com um quê de universalidade e de pertencimento ao planeta, a faixa tem as duas vozes fundidas harmonicamente no refrão, mas cada cantora vem construindo sua estrofe como se músicas independentes fossem.

O CD Eva contro Eva não está presente na semana especial das pílulas da Itália, dando lugar a outras canções já consagradas de Carmen Consoli. Mas como felizmente o Invasões é um projeto multimídia, o nosso programa semanal não deixa passar em branco este refinado trabalho da música popular italiana. E abaixo você confere o clipe de Tutto su Eva.


 
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quinta-feira, outubro 11, 2007
Ziriguidun x Rádio
Ah, esses bárbaros onipresentes. Fazendo de tudo para derrubar o Império. Desconhecemos os tais feriados e também os limites de tempo e espaço. Nesta sexta-feira estaremos em dois lugares simultaneamente para tornar sua noite mais agradável. Casa ou rua? O que você prefere?

1- Djs Bárbaros no Ziriguidun. Noite Caribeña com a presença da banda Unión Latina no palco e dos invasores na discotecagem. 22h - 9 reais.

2- Programa de rádio adulto dedicado às crianças de todo o mundo. 23h.

Mas se eu fosse você ia pro Ziriguidun e levava o radinho.

Até mais!!
 
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quarta-feira, outubro 10, 2007
Feedback file

O Asian Kung-fu Generation comemorou 10 anos em 2006 e para comemorar lançou este cd que é um passeio pelas diversas fases do grupo. A idéia era privilegiar as músicas que estavam no lado b dos singles que povoaram o mercado japonês nesses 3650 dias de vida de AKFG.

O resultado ficou muito bom. Para quem não conhece a banda, esta é uma grande oportunidade para conhecer essa banda que se tornou um fenômeno no Japão justamente quando decidiu deixar o inglês pra lá e cantar em japonês. Na humilde opinião deste produtor/fã, as melhores músicas dessa parte do cd são: Entrance e Kaiga Kyoushitsu.

Da faixa 12 em diante, o cd apresenta gravações de shows que o Asian Kung-fu generation fez entre 2004 e 2006. A idéia aqui é apresentar a energia das apresentações ao vivo. Dessa parte, Flash back é a minha favorita.

O cd Feedback File, figurou no nosso quadro, saído do forno, no programa que foi ao ar na sexta-feira, dia 5 de outrubro. Para ouvir a análise completa, você ainda tem uma chance neste domingo, dia 14, Às 18 horas.
 
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segunda-feira, outubro 08, 2007
Cronograma Invasoes Barbaras
Essa semana tem Dj's Bárbaros no Ziriguidun. Sexta-feira, dia 12. Fica esperto que é capaz de ter um teaser do Capixaba, impressões do Costoli e taster do Baiano. Não necessariamente nessa mesma ordem.

Terça: Hidson

Quarta: Vetrô

Quinta: Capixaba

Sexta: Costoli
 
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sexta-feira, outubro 05, 2007
Neerlândia
A Holanda - ou Países Baixos, como prefere ser conhecida - foi mais uma das boas surpresas durante a pesquisa para o Invasões. Não que o país em si não fosse um dos celeiros culturais do mundo ocidental. O que acontece é que no campo cultural os holandeses parecem sofrer de uma espécie de baixa auto-estima lingüística. Ouve-se quase que apenas música em inglês, as bandas locais em sua maioria cantam em inglês, e a situação só não é pior para o idioma holandês na música porque existem bandas como o reggae do Doe Maar (nos anos 70 e 80) e o rock do Bløf (anos 90 e 2000) que mantêm viva a identificação dos holandeses com músicas cantadas em sua própria língua. A impressão de quem pesquisou tanto Holanda como Bélgica é a de que a produção musical expressiva em língua holandesa ocorre mesmo é na região de Flandres, na Bélgica (onde o dialeto local do holandês recebe o nome de flamengo).

Mas e a tal surpresa, em que termos ocorreu? Bem, se por um lado a produção musical da Holanda em idioma próprio é pouco expressiva numericamente em vista da posição que o país ocupa no planeta, por outro lado esta produção reserva vários artistas de boa qualidade. Alguns surpreendem pela experimentação e inovação, como é o caso do Spinvis, que merece um texto à parte; outros, pela variedade de estilos, como o próprio Bløf e o Is Ook Schitterend (nome impronunciável para nós, pobres lusófonos, com freqüência abreviado para I.O.S.). Outros ainda nada ficam a dever para o que rola no mercado fonográfico mundial, como o punk rock do Heideroosjes e o hip-hop de artistas parceiros como Ali B, Brace e Lange Frans. Isso sem falar na música folclórica em dialeto frísio do Irolt e no pop-folk da dupla Twarres, que também arrisca umas canções em frísio. E até música brega tem estilo próprio: é o levenslied, contrapartida do alemão schlager, com destaque para Frans Bauer e Marianne Weber.

Foi portanto reconfortante encontrar na Holanda esta produção musical que, ainda sendo pouco extensa, é significativa por sua qualidade e diversidade. Num país comodamente alinhado ao Império fonográfico de língua inglesa, é o trabalho destes artistas que nos faz acreditar que uma valorização da própria cultura e do próprio idioma está a caminho. Esperamos que estes sejam indícios de que a Holanda está caminhando para produzir música com características e dimensões que honrem as tantas contribuições culturais que o país já nos legou.
 
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quinta-feira, outubro 04, 2007
O rei está vivo!
"Nasci em Buenos Aires, aos dois anos e meio de idade"

O homem que é o próprio mito do tango achava graça na polêmica sobre seu nascimento. Só que ao morrer precocemente Carlos Gardel deixou, além do legado musical, o mistério para a posteridade. No dia 24 de junho de 1935, o avião de Gardel cai em Medelín, na escala entre Bogotá e Cáli. Entretanto, diz-se na Colômbia que a data não serve para lembrar da morte, mas celebrar o mito que nasceu neste dia.

"Ai, quem me dera ser Gardel, tenor e bacharel"

O Cemitério de Chacarita, Buenos Aires, continua local de peregrinação mesmo 71 anos após sua morte. Mas as homenagens ao cantor (de caloroso e diferenciado timbre de barítono) não são exclusividade argentina, onde seu corpo descansa. Na Colômbia, um museu foi montado à volta da cadeira de barbearia que El Mudo costumava freqüentar. No Chile, costuma-se reservar todo o mês de junho para um festival em várias cidades em sua homenagem.

"Por isso, enquanto houver um tango triste
Um otário, um cabaré, uma guitarra
Tu viverás também"

Outro caso, bem especial, é o Uruguai. Na cidade de Tacuarembó (que reivindica o posto de terra natal do ícone) existe uma tv a cabo chamada Telegardel. Além dela, há uma rádio em Montevidéu que dedica 6 horas de programação diária (dividida em 12 blocos) a 400 gravações de melhor qualidade técnica do mito, que a rádio vem tocando pelos últimos 40 anos.

"Gardel não morreu. E a cada dia canta melhor"

Continua...
 
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quarta-feira, outubro 03, 2007
Frijolero
O novo disco do Molotov já saiu. "Eternamiente" estará em breve aqui no blog e na programação musical do Invasões Bárbaras. Enquanto isso vou deixar vocês com o clipe da canção "Frijolero", fruto do último cd de composições inéditas lançado pela banda: Dance and Dense Denso (2003).

 
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terça-feira, outubro 02, 2007
Caso contrário... Seremos CO MI DA de leões.


Um rei malaio chega a uma ilha na 'pontinha' da península malaia. Duas coisas podem acontecer: Ele pode fundar uma cidade, ou não.

Se não fundar, tudo bem. Mas se fundar, duas coisas podem acontecer: ele pode ver um tigre na região, ou não.

Se ele não vir, tudo bem. Mas se vir, duas coisas podem acontecer: Ele confundir o tigre com um leão ou não.

Se não confundir, tudo bem. Mas se confundir: Duas coisas podem acontecer: Ele chamar a nova vila de "Singapura" (cidade dos leões) ou não.

Se não chamar, tudo bem. Mas se chamou, se lá fala malaio, chinês e tamil e quem mora lá faz música, o invasões produz programa sobre e coloca no podcast pra quem quiser ouvir.
 
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segunda-feira, outubro 01, 2007
Cronograma Invasões Bárbaras
A semana virou e a preguiça chegou à segunda. Pra sexta vou ver se mando um texto sobre a Holanda. No mais,


Terça - Vetrô
Quarta - Capixaba
Quinta - Costoli
Sexta - Hidson
 
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