terça-feira, abril 29, 2008
A Invasão Baiana continua
Desta vez vamos resgatar o eletroaxé da dupla belga Arsenal, na voz, é claro, do professor de capoeira Mário Jorge. Não porque os belgas não saibam cantar em português, mas original é original. Apesar do tempo transcorrido desde a primeira postagem, o clipe ainda era novidade para mim até ontem. Acredito que a música seja conhecida de quem andou assistindo ao canal da Sony na TV por assinatura.

Quanto ao vídeo, as primeiras imagens da estrada me parecem inquietantemente familiares, mas não consegui descobrir as locações exatadas do clipe. Ei-lo:


 
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domingo, abril 27, 2008
Invasões Baianas
Enquanto o pessoal resolve problema pessoal, aqui vou eu continuar falando de punk, mas desta vez sem nenhum violino para amaciar o som. Vamos resgatar a semana da Lituânia para trazer a banda Toro Bravo, um dos principais nomes da cena local.

O som da banda é algo classificável como street-punk. Na prática, seus integrantes se inspiraram no movimento Oi!, surgido no final dos anos 70 na Inglaterra. O Oi! nasceu a partir da classe operária inglesa e tinha uma certa orientação comunista. Apesar disso, os meios de comunicação da época associaram o movimento Oi! a tendências de extrema-direita e racistas.

A lituana Toro Bravo não participou da origem deste movimento: surgiu apenas em 1997. Seus integrantes dizem que a banda começou como vários outros grupos Oi! mais recentes: bebendo cerveja. Não que isso torne a Toro Bravo uma banda alienada: eles têm uma clara orientação anti-fascista. Aliás, foi uma das bandas mais tranqüilas de se pesquisar na Lituânia: o nome está em espanhol, e o principal hit, Futbolas, é uma palavra quase que universal. Apesar disto, eles andam pegando o péssimo hábito dos romenos e esquecendo de pôr os acentos e caracteres especiais do idioma lituano, como é o caso de Vilniaus gatvės:



 
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sábado, abril 26, 2008
A Fraternidade é Estoniana
Depois de algumas promessas, finalmente tenho a satisfação de trazer a primeira banda da Estônia ao blog Invasões Bárbaras. É um começo que já dá uma idéia do quanto de inusitado, inovador e profissional tem a música daquela pequena república, com a banda de punk melódico Vennaskond.

Vennaskond quer dizer fraternidade. A banda faz música desde 1984, e já se apresentou diversas vezes com outros grandes nomes do rock estoniano, além de ter feito turnês pela Alemanha, Suécia, Finlândia, Romênia, Estados Unidos e outros.

Materialização de idéias e sensações, um exercício ao mesmo tempo intelectual e intuitivo, ideológico e romântico: eis a música da Vennaskond. O neo-romantismo está para o som assim como o anarquismo está para as letras. O adjetivo melódico se justifica ao lado do punk pelos instrumentos únicos à banda: o violino está sempre lá, definindo a melodia; o acordeom e a balalaika também contribuem para formar a identidade sonora destes estonianos.

O vocalista e líder Tõnu Trubetsky é praticamente sinônimo de Vennaskond. O único a estar em todas as formações, tem ainda uma carreira viva no cinema, seja produzindo documentários sobre a própria banda, dirigindo outros filmes ou atuando. Conhecido também por Tony Blackpait, o músico tem participado de várias outras bandas punk, a maioria com uns poucos anos de duração. Já a Vennaskond é a banda mais antiga em atividade na Estônia, o que não deixa dúvidas sobre a prioridade de Tõnu em sua carreira.

A música Krokodill Gena Lauluke dominou a semana da Estônia no rádio, mas não é exclusiva da banda. Recentemente, ao pesquisar a Finlândia, ouvi uma canção com a mesma melodia e título e letra bastante diferentes, em finlandês, claro. Aparentemente é um tema popular comum àquela região ao redor do mar Báltico. Enquanto a gente não descobre, e para não desapontar ainda mais os colegas de projeto Invasões, surpreendidos por mais uma versão revelada, vamos conferir o clipe de Viimane jõuluöö. Apesar de mais antiga, a canção traz todos os elementos que fazem da Vennaskond uma banda inconfundível. Recomendo também a própria Krokodill Gena Lauluke, Ma armastan Amerikaat (do filme homônimo - "Eu amo a América" - alguém duvida da ironia no título?) e Taas Punab Pihlakaid.


 
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segunda-feira, abril 21, 2008
Depois da Aula
O que duas das mais fascinantes bandas italianas da atualidade têm em comum? Se você respondeu "o local de origem", acertou. E não, não é uma piada redundante. Assim como a Negramaro, a galera da Après La Classe também veio direto da sola da bota, ou, melhor dizendo, da região do Salento, no Sul da Itália. Os salentinos do Après La Classe foram ainda mais longe em suas origens e gravaram uma canção em grego salentino, além, é claro, de dialetos italianos locais.

Mas o que é, exatamente, o Après La Classe? É ska, reggae, patchanka (cf. Manu Chao), rock, música mediterrânea. É sensação das pistas de dança italianas. É o grupo mais versátil em matéria de DJs Bárbaros: tem música para noite latina, tem rock alternativo, tem dance. Desde que os descobrimos, não sai praticamente nenhum setlist do Invasões sem música destes salentinos, o que só demonstra a proposta plural, a diversidade e a riqueza musical da banda.

A presença do vocalista Cesko Arcuti, de origem francesa, ajuda a explicar o porquê do nome de serviços de babá franceses. Explica também por que algumas das melhores canções da banda são cantadas em francês. Tocamos I Love You, do CD Un numero, uma vez durante a discotecagem, com boa recepção, deixando a pista animada. Resolvemos repeti-la naquela noite, e nesta segunda vez o público já cantava e dançava o refrão como se fosse um hit rodando todas as rádios e pistas de dança há meses. Paris, música que lançou a banda, foi da noite à trilha sonora de comercial de TV. La Patchanka tem só o refrão em francês, mas é exatamente a parte que gruda na cabeça. Também ganhou público dos mais exigentes em termos de música para as pistas. Et un été encore tem o tom certo para se dançar a dois.

A banda tem música para todos os gostos mesmo, mas ainda assim eu me permito escolher umas favoritas. Ainda considero o CD "do meio", Un numero, de 2004, o melhor. É lá que estão La Patchanka e I Love You, além de A fiate e Sale la febbre. Do primeiro CD, Après la Classe, destaco a mensagem renovadora de Ci 6 solo tu e, claro, também está lá Paris. Para quem gosta de reggae, vale tanto o primeiro quanto o mais recente, Lunapark. Este último é o mais latino: a toda hora se ouvem um acordeon e algumas batidas bem desenhadas que lembram salsa e lambada e - por que não? - forró, como nas faixas Et un été encore e La Luna Cadrà. Recomendo ainda Perchè trasmetti solo stress?, cuja letra é boa para se abrir o jogo em qualquer relacionamento, e La grande mela, um pouco difícil de assimilar na primeira ouvida, mas que já é candidata a hit indie.

Com tanta coisa para se falar sobre esta banda, só nos resta esperar que apareça logo o novo CD inédito. Enquanto não existe previsão de seu lançamento, vamos administrando a vontade com o CD ao vivo, a ser lançado em breve. Para fechar o texto, deixo vocês com o clipe de La Patchanka, que traduz bastante do espírito do Après La Classe de irreverência e crítica bem-humorada:


 
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domingo, abril 20, 2008
Azerbaijão ou Geórgia? É tudo Cáucaso mesmo?
A cantora pop mais legal do Azerbaijão é, na verdade, georgiana. Manana Japaridze, ou simplesmente Manana, tem sobrenome tipicamente georgiano mas desde 24 de janeiro de 2008 passa a ser cidadã azerbaijana, renunciando à sua cidadania original. Este fato só corrobora uma trajetória bem-sucedida em território azeri, que a transformou no símbolo que melhor representa o país no exterior.

Mas vamos à música. Manana esteve presente em nossa semana especial sobre o Azerbaijão (isso porque o Vetrô já tinha pesquisado o Azerbaijão muito antes de eu pesquisar a Geórgia, ou corria-se o risco de eu tomar essa fonte dele). A cantora também participou de um marco histórico: sua Sen hamı kimi deyilsen foi a primeira música tocada na primeira edição do programa semanal aqui do Invasões Bárbaras, também por sugestão do Vetrô.

O som é pop, bem produzido, algumas vezes óbvio e outras suficientemente surpreendente com um colorido agradável da Ásia Central. O sucesso da cantora conseguiu atingir os milhares de azeris que vivem no norte do Irã, para terror dos fundamentalistas islâmicos. Destaque para a própria Sen hamı kimi deyilsen e para Sevgi gelsin, que já deram as caras no semanal e em breve estarão também nos DJs Bárbaros. Sevirem seni lembra bastante o Joe le taxi/Vou de Táxi de Vanessa Paradis/Angélica, o que é mera coincidência mesmo.

As minhas canções favoritas são, disparado, Sevgi gelsin e Sen hamı kimi deyilsen, e é uma pena elas não estarem disponíveis no Youtube. Então a gente confere o vídeo de Sevgimizin gunleri. Quem estiver curioso em ouvir as outras duas músicas só precisa mandar um e-mail para a gente. Para as demais canções, o site oficial da cantora é um prato cheio. Acredito que a esta altura já deu para perceber que Manana também é detentora de um recorde mundial: o maior número de canções que começam com a letra S.


 
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sexta-feira, abril 11, 2008
Ele está de volta

Seguindo a onda de Café Tacuba, Aterciopelados e Clã, mais um músico fez seu retorno recentemente. Após três anos servindo o glorioso exército da Coréia do Sul, Moon hee jun (문희준) está de volta as paradas com o cd Moon Hee jun Special Album (문희준 스페셜 앨범)

Moon declarou que nunca mais deixará seus fãs e este cd é a prova definitiva que ele está de volta. Ela tem uma faixa inédita, Obssession, que estreiou em seu show 'Return 1996'. O nome do concerto vem da vontade de Moon de começar de novo, com o mesmo comprometimento que tinha no início de sua carreira.

As faixas Wish, Soul e Git it up são transformações de músicas que ele compôs na época em que ainda era membro do H.O.T. e as outras são as novidades. O cd mostra que o som de Moon hee jun está consolidado no rock, com elementos do new metal presentes em todas as faixas. Achei que o cd está bem melhor que o último Triple X, de 2005. Talvez pela perspectiva de se aproximar do início da carreira, algumas levadas mais cruas são parecidas com faixas do cd Messiah, de 2002. A certeza é que Moon hee jun está de volta e não está desapontando nenhum fã.

Por fim, deixo para vocês o clipe de Obssession.



P.S.: O cabelo dele... Quanta diferença
 
Psicografado por Vetrô Gomes | Permalink | 2 comentário(s)
quarta-feira, abril 09, 2008
Da Weasel no Brasil
Na semana passada, enquanto disponibilizava uma lista de músicas para os companheiros de Invasões Bárbaras, tive uma grande surpresa. Descobri que a canção Toque-toque da banda portuguesa Da Weasel havia ganhado um videoclipe com imagens bem familiares. Em meio ao hip hop com sotaque lusitano eis que me deparo com o Cristo Redentor, praias, favelas. Enfim, com o Rio de Janeiro.

A cidade foi escolhida e os integrantes da banda estiveram no Brasil em dezembro do ano passado. O clipe foi lançado em janeiro. A canção não é a minha preferida no álbum Amor, escárnio e maldizer, mas o vídeo ficou bem interessante. Destaque para a fotografia e a edição de imagens. A idéia por trás das filmagens foi simples, mostrar um pouco da viagem do Da Weasel pelo Rio, apostando em um ar mais documental.



Futebol, boteco, natureza, feijão, capoeira, Gabriel, praias, bundas, sol, 35 graus, crianças, samba, funk, pegação, riqueza, pobreza, Rio, Brasil, Da Weasel... Viu?

Então me responde.
Quantas camisas de clubes do futebol carioca aparecem no clipe?
 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 0 comentário(s)
terça-feira, abril 08, 2008
Aperitivo
Enquanto a França não chega ao rádio e ao blog, aí vai, literalmente, um teaser daqueles, com um pouco do que rolava por lá antes de a gente pensar em ser gente, quanto mais em fazer invasões bárbaras.

A banda Elmer Food Beat esteve na ativa no final dos anos 80 e início dos 90, e se destacou pelo rock de ritmo fácil e leve e pelas letras picantes, despudoradas e muito bem-humoradas.

Abaixo, letra e gravação da canção "Daniela". Esta é daquelas letras que nem adianta pedir para traduzir nos comentários.

Daniela
Elmer Food Beat

Ouiiiiiiii Hihiiiiiiii...
Moi, ce que j'aime, chez Daniela,
C'est que l'on peut y mettre les doigts.
Elle est toujours d'accord
Pour me prêter son corps.

Ouh ouh ouuuhhh...

Moi, ce que j'aime, chez Daniela,
C'est que l'on peut s'y mettre à trois.
Elle est toujours d'accord
Pour battre des records.

Ouh ouh ouuuhhh...
Daniela, la la la la la la la laaaaa
Oh Daniela (la la la la la la laaa)
Oh Daniela (la la la la la la laaa)
Oh Daniela (la la la la la la laaa)
Oh Daniela...

Ce que Daniela aime en moi,
(pa pou pa pap yeah yeah yeah)
C'est que l'on a toujours le choix.
(pa pou pa pap yeah yeah yeah)
Je ferai tout pour lui plaire,
Par devant et par derrière.

Ouh Ouh Ouuuhhhh...
Daniela...

Et dans la bouche de Daniela
(Et dans la bouche de Daniela)
Et dans la bouche de Danielaaaa...

Oh oh oh oooh...

Il y a toujours de la place
Pour les copains qui passent.

Ouh ouh ouh ouhhh
Daniela, la la la la la la la laaaaa
Oh Daniela (la la la la la la laaa)
...
 
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segunda-feira, abril 07, 2008
As fusões de Oscar

Oscar D’Léon surgiu na vida do Invasões Bárbaras meio por acaso, bem antes de uma pesquisa mais aprofundada sobre a música de seu país: a Venezuela. Na ocasião entramos em contato com Fuzionando, último trabalho do cantor, e percebemos que as fusões de salsa com vários outros ritmos cairiam como uma luva para a festa latina que estava prestes a acontecer.

Apropriadas pelos Djs Bárbaros, o braço festeiro e “discotecante” do nosso projeto, as canções de D’Léon causaram boa impressão no público, e também em nós mesmos, naquela noite do dia 12 de outubro de 2007.

Uma análise mais detida do álbum só comprovou as impressões iniciais, o trabalho era bom mesmo. Cerca de um mês depois o Grammy Latino chegou à mesma conclusão e deu a Oscar o prêmio de melhor álbum tropical contemporâneo.

Fuzionando é interessante porque consegue transpor o oportunismo que envolve muitas misturas de ritmos e se afastar de meras colagens musicais. As ditas fusões acabam experimentando possibilidades interessantes para a própria salsa. E uma das conclusões dessas tentativas é que mesclar salsa e reggaeton funciona. Abaixo deixo vocês com uma música que ilustra essa constatação. A canção se chama Mirala e tem a participação do grupo Zona 7.



Fotos retiradas do site oficial do cantor e "fuzionadas" pelo produtor que vos escreve. Reparem que o tempo passa, os cabelos caem, mas o bigode continua o mesmo. Nas próximas semanas o Oscar voltará ao site para que possamos conhecer todos os passos de sua carreira.
 
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sábado, abril 05, 2008
Que nem vinho
No verão de 2005 o rock italiano passou a conhecer aquela que é a banda mais enérgica do cenário atual. Depois da eliminação prematura da canção Mentre Tutto Scorre em San Remo, os salentinos da Negramaro venceram o Festivalbar com Estate. Àquela altura, a própria Mentre Tutto Scorre já havia se transformado em um hit e estava na trilha sonora do filme La Febbre. Definitavamente, a Negramaro já chegou mostrando que não era banda de uma música só.

A região do Salento é a sola da bota italiana. Já foi parte da Magna Graecia e hoje é responsável por ótimas inovações na cena musical italiana. É também a terra do vinho Negroamaro, que dá nome à banda de que falamos. A escolha de um vinho para nomear a Negramaro pretendia apenas homenagear a região de origem de seus integrantes, mas agora se revela uma imagem apropriada de como o som da banda se torna melhor com o tempo.

A medida da música da Negramaro é a sua capacidade de provocar emoções. O primeiro CD, homônimo/relançado como 000577, tem um tom obscuro, não-burilado, poluído. O segundo, Mentre Tutto Scorre, já apresenta as características que posicionaram a banda. A guitarra determina ritmo e melodia, o peso do som acompanha o peso das palavras em cada milésimo de segundo, as letras refletem alternados estados de espírito e as viradas da bateria contribuem tanto quanto a linguagem verbal na produção de sentido, dialogando com um vocal que luta para se equilibrar em relação à parte instrumental.

Negramaro vai direto à fonte britpop do Radiohead, mas também reconhece o peso dos americanos do The Killers, evidente na faixa Nuvole e Lenzuola. Retomando a analogia do vinho, o último CD, La Finestra, consegue ir além no refinamento poético e no cuidado rítmico. À primeira ouvida, senti falta da bateria de canções como Mentre Tutto Scorre, talvez pela impressão causada pelo single Parlami d'amore, que definitivamente não usa nem metade dos recursos de estilo que a banda possui. Mas, conforme me familiarizava, encontrei esta vibrante bateria protagonizando faixas como E Ruberò Per Te La Luna e como melhor coadjuvante em outras como L'immenso e Neanche Il Mare. A última coisa que se pode dizer da Negramaro é que o som dela é linear. Viva o relevo na música.

Felizmente, a evolução da banda permitiu que os videoclipes fugissem da simplicidade de cenas externas de Roma e se aproximassem, aos poucos, do padrão de qualidade que a música já possui, o que torna mais fácil lidar com as canhestrices do vocalista Giuliano Sangiorgi. Com vocês, L'immenso.


 
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quarta-feira, abril 02, 2008
Problemas e encheções de saco
Não, este não é nenhum post-desabafo. Nem para falar mal do Vetrô, nem para falar mal do Costoli. Vou apenas pegar carona no post muito bacana da Dri para apresentar dois ídolos do manele que não poderiam ficar de fora: Alina & Costi Ioniţa. Esses dois, quando se juntam, são responsáveis por alguns hits com a roupagem mais moderna do manele. A mistura entre os arranjos da música cigana, os efeitos exagerados da música popular e o batidão típico do hip-hop parece estar na proporção certa nas suas canções.

A canção de maior sucesso de Alina & Costi ainda é Necăzuri şi Supărări, que significa "Problemas e Aborrecimentos". Aliás, ao pesquisar sobre esta música, percebi uma realidade incômoda: os romenos parecem não se preocupar com os acentos e caracteres especiais de sua língua, estes que são tão importantes para conferir identidade a um idioma (identidade visual, inclusive). Talvez a informalidade e um certo amadorismo do manele, aliados ao perfil de internet-sem-lei das páginas que tratam do assunto, ajudem a explicar porque eu só encontrei "necazuri si suparari", e nada de Necăzuri şi Supărări, com os devidos caracteres especiais.

Deixando de lado estes problemas e aborrecimentos com o internetês romeno, vamos ao clip, inédito também para os colegas da equipe Invasões Bárbaras. Quem já ouviu, estranhou que uma música tão bombante tivesse um clipe mais lento. Mas o manele é isto mesmo, é dançado com movimentos mais fechados e menos amplos. Ah, e a fila tem que andar! Em breve no semanal vocês vão poder conferir outras músicas da dupla Alina & Costi.


 
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