quarta-feira, março 28, 2007
Bollywood, Hollywood

É o cinema do exagero. Também, não é pra menos, com 877 filmes por ano contra 473 filmes americanos e uma média de 1 bilhão de espectadores a cada três meses, o cinema Indiano é a maior e mais lucrativa indústria cinematográfica da Ásia.

A única razão que impede o cinema indiano de bater Hollywood em lucro é o preço do ingresso. Enquanto no Brasil pagamos, em média, 12 reais por uma sessão, na Índia, com menos de 1 real, você aproveita as maravilhas da sétima arte.

E o que isso tem a ver com a música? Tudo. Lá, os recordes de venda de discos são das trilhas sonoras de filmes clássicos e grande parte dos cantores trabalham no cinema. Seja gravando playbacks para os atores ou atuando mesmo.

Não é a toa que o apelido carinhoso do cinema em língua hindi é Bollywood. No nosso podcast, você pode ouvir o programa em que demos mais detalhes sobre o cinema indiano. E, se quiser, pode olhar também os programas sobre os dois cafés que nosso amigo Hidson falou no último domingo.
 
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domingo, março 25, 2007
Cafés com toque latino

Nas línguas latinas, "café" pode ser tanto a planta como a bebida ou, principalmente, o tipo de estabelecimento onde se serve a bebida. Internacionalmente falando, "café" é a palavra importada diretamente do francês que se refere apenas ao estabelecimento, conforme temos café em inglês e Café em alemão, assim mesmo, com "c" e com acento no "e". Já a palavra para a bebida seria "coffee" e "Kaffee", respecticamente.

As bandas Blue Café, da Polônia, e Café Tacuba, do México (grafada atualmente Café Tacvba, devido a problemas com a marca), não por acaso têm em comum a referência à casa de bebidas que é ícone mundial. Tanto a banda polonesa quanto a semi-homônima mexicana têm uma sonoridade que se destina a ser suave e universal, encaixando-se bem no ambiente de um típico café. As músicas de ambas são uma mistura de vários ritmos afro-americanos e latinos, de maneira que cada canção de cada uma das bandas é única.

Há também muitas diferenças, claro. A mexicana Café Tacuba faz um estilo alternativo baseado principalmente no rock, mas também voltado para o ska e o hip-hop; canta em espanhol, é composta só por homens, e os membros da primeira formação permanecem até hoje. Já a polonesa Blue Café tem em suas vocalistas a identidade mais visível da banda. Até 2005, Tatiana Okupnik emprestava sua voz marcante, típica das cantoras americanas de jazz, funk e soul music. Com a sua saída, Dominika Gawęda assumiu os vocais. Blue Café tem hits tanto em polonês como em inglês e até em espanhol, o que demonstra seu gosto por temas latinos. Não sem razão, as duas bandas foram destaque durante a programação das semanas de seus respectivos países.
 
Psicografado por Hidson Guimarães | Permalink | 0 comentário(s)
sábado, março 24, 2007
Visão de festa

O movimento pendular de algumas cabeças trouxe um sinal interessante. Os olhares curiosos e os diálogos em busca de resposta atingiram uma dimensão reveladora. Invadir a Obra foi instigante. Bárbaros um tanto fora de foco em um ambiente pouco familiar. Bem, foi possível se sentir em casa em alguns momentos. Na prática o ambiente tem mais cara de garagem do que de casa, é verdade, mas entre os raros lapsos sonoros que permearam os sons das guitarras foi possível ver ecos de que nossa proposta causou impressões positivas.

Desafiar o predomínio do inglês em nosso cenário musical é o objetivo, mas engana-se aquele que pensa que somos opositores ferrenhos e xiitas do Império que se encontra a nossa frente. A intenção não é impedir ou se opor a qualquer tipo de som, banda ou língua; o Invasões Bárbaras apenas busca ampliar horizontes, lançar um olhar curioso sobre aquilo que se encontra na sombra, escondido em países que por algum motivo tem a sua balança musical desfavorável. Inglês é instrumento de pesquisa, útil para a comunicação com pessoas que se espalham pelos diversos cantos do mundo, presença freqüente em nossos Mp3 players.

Mas se você, assim como nós, não fica satisfeito apenas com o que colocam na mesa, seja bem vindo ao clube. A dispensa cultural reserva surpresas para todos nós.

Mordeorabo e Charme Chulo fizeram apresentações muito interessantes. Destaque para o momento moda de viola que encerrou a noite, show de bola. Obrigado aos amigos do Pílula Pop pelo convite e parabéns pela festa.

Até a próxima!!
 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 0 comentário(s)
terça-feira, março 20, 2007
DJ'S BÁRBAROS

É isso aí! Os Bárbaros agora invadindo casas noturnas!

Os amigos do Pílula Pop abrem espaço a estes nobres bárbaros, nesta quinta, dia 22. A partir das 22h, as músicas que derrubam o império farão dançar (tomara) os presentes na Festa do Pílula Pop, n'A Obra.


Essa vai ser nossa primeira incursão como Dj's, e tocaremos nas primeiras horas da festa, antes das bandas. Se eu fosse você, não perderia a nossa estréia!

FESTA PÍLULA POP
22/03 - 22h
A Obra, bar dançante
R$ 7,00
 
Psicografado por Costoli | Permalink | 2 comentário(s)
sexta-feira, março 16, 2007
Índios do Mundo
A Índia, como toda boa colônia britânica, manteve o inglês como língua oficial após a independência. Não que isso faça muita diferença, já que a Índia tem 22 línguas oficiais.

O problema disso é que, muitas vezes, artistas promissores da cena musical de lá acabam indo para Inglaterra para tentar algum sucesso mundial. Deu certo para Farrokh Bulsara, o mundialmente conhecido Freddie Mercury*.
O que pode se tirar de bom disso é que nem sempre os artistas com endereço fixo na Inglaterra esquecem suas origens e debandam para o Brit pop. Um bom exemplo é o rapaz sentado na foto acima, Jagwinder Singh Dhaliwal, o Juggy D, canta em Punjabi, o idioma oficial do Bhangra e foi o primeiro artista indiano (apesar de ter nascido na Inglaterra) a chegar no top 75 inglês.
Então, acesse nosso podcast e confira o sucesso Sohniye e confira Juggy D.

*Freddie Mercury foi para Inglaterra fugindo da revolução de Zanzibar e começou sua carreira como músico lá
 
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quarta-feira, março 14, 2007
A tua fama assim se fez...


Ainda dá tempo. O Invasões Bárbaras desembarcou em Portugal nessa semana e você ainda tem alguns dias para conferir o que nós achamos por lá . Em terras lusitanas encontramos sons familiares, incomuns e altamente reveladores. Alguns artistas são conhecidos de muitos brasileiros, outros fazem música que traz a lembrança de bandas de nossa terra. Portugal também nos trouxe o Fado, um ritmo interessante, envolvente, que une poesia e música de uma maneira singular.

Uma semana onde tivemos a oportunidade de perceber que existe um traço forte de união entre Brasil e Portugal também quando o assunto é música. Clones de Pato Fu, Forfun, Los Hermanos e Garotos Podres ainda vão passear pela Rádio UFMG Educativa nessa semana. Em breve também no nosso Podcast.

Bem, eis o que resta para ser conferido:
Quarta-feira (14/03) - Música e poesia para apresentar o Fado. (A Naifa/Cristina Branco/Mariza)
Quinta-feira (15/03) - O dia dos clones (Clã/Toranja/4 Taste)
Sexta-feira (16/03) - Irreverência, com certeza!! (Acromaniacos)

Horários:
15h15
00h30
 
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sábado, março 10, 2007
O Oriental e o Metal
Em nossas andanças musicais, encontramos o estilo chamado Oriental Metal, em Israel. Não, não estamos "de marcação" com o país, mas parto dele para um comentário mais geral. A apropriação de um estilo.

O Heavy Metal foi apropriado por bandas ao longo do mundo, desde seu surgimento. Se adotarmos sua origem como sendo - vá lá - nos anos 70, é impressionante ver como um gênero de tão curto período de existência (30 anos pode ser muito pra mim e pra você, mas é pouco ou nada para um estilo musical) pode ser subdividido em tantas categorias.

O curioso, é que a maioria das subdivisões mantém em comum com as outras o peso dos acordes e a força e do som. Esse é o clichê do Metal. O caso do Oriental Metal é interessante. Quando o apresentamos no rádio, chegamos a comparar o som da banda Mashina com Bob Dylan. O que, então, faria desta banda um expoente de Metal?

Acertou quem pensou nas letras. A origem do Oriental Metal, em Israel, dedicava suas canções às tragédias judias e relatos bíblicos. Sendo a temática o ponto de contato do oriental e o metal, há de se destacar o que já é suposição: curioso como uma nação marcada por guerras e conflitos eternos se apoderasse do mais pesado dos estilos e o devolvesse ao mundo com uma sonoridade mais suave.

Naturalmente, essa observação também pode ser creditada à influência da música e instrumentação oriental, tanto que o Oriental Metal posteriormente surgiu também na Turquia e no restante do mundo árabe. Ainda assim, merece menção. Na Ásia ou no Leste Europeu encontramos reproduções de metal, black metal e melódico. O curioso passa a ser, então, justamente o fato de que as apropriações do estilo mantém a identidade ideológica em troca do peso da sonoridade.
 
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quarta-feira, março 07, 2007
Fokofpolisiekar



Ao pesquisarmos a África do Sul, tínhamos a expectativa de encontrar música quase que totalmente em inglês, o que praticamente inviabilizaria a nossa proposta. Mas não foi bem isso o que aconteceu, conforme contamos no texto África do Sul é logo ali. Apesar de ser a língua da grande mídia e de servir de ponte entre diversos povos locais e imigrantes, o inglês nem de longe é a língua dominante na África do Sul. Com o fim do apartheid, as línguas locais de origem bantu estão ampliando seu espaço também na mídia e na produção cultural.

Mas não é exatamente de um idioma puramente local de que trata este post. Antes, sim, de um híbrido, herança dos primeiros colonizadores, os holandeses, que foi adotada não só pela elite branca como também pelos negros de culturas e línguas distintas em diversos contatos feitos entre si. O africâner (ou Afrikaans, segundo o próprio) é do ponto de vista lingüístico um idioma puramente germânico. É ainda muito próximo ao holandês, e herdou deste o seu vocabulário, o que torna relativamente fácil a um holandês entender um texto escrito em africâner. A gramática do Afrikaans, porém, é bem mais regular, e há apenas uma mesma forma verbal para todas as pessoas, como é a tendência nas línguas germânicas. A ortografia é mais simples, já que próxima da fala e também por ter deixado de lado muitas consoantes mudas que no holandês continuam sendo grafadas.

A banda de punk-rock Fokofpolisiekar é formada aparentemente por rapazes da elite de origem européias. Desde o começo deste trabalho, seus integrantes se propuseram a criticar e chocar esta minoria branca conservadora, a começar pelo nome da banda. Basta saber um pouco de inglês e separar as palavras aglutinadas em uma só para entender o que quer dizer "Fokofpolisiekar". O nome da banda é bem direto e agressivo, o que causa problemas na mídia, que, para evitar a linguagem obscena, costuma se referir ao grupo apenas como "Polisiekar".

Mas não é apenas o nome da banda Fokofpolisiekar que é chocante. A posição política de seus integrantes é transmitida em letras que não só retratam a tensão social da África do Sul, com suas altas taxas de criminalidade, mas que são também declaradamente anti-religiosas, o que traz outro incômodo àquela mesma elite branca, na qual há muitos católicos. A agressividade das letras, unida ao contundente som do punk rock, fazem da Fokofpolisiekar um termômetro da convulsão social por que passam os sul-africanos.
 
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domingo, março 04, 2007
As Judias


Bom gente, depois de muito tempo, finalmente voltamos a atualizar. Nós bem que tentamos fazer antes, mas com a mudança do Blogger para Blogger beta, tivemos algumas dificuldades.

Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu. Temos agora horário fixo na Rede Minas, você pode nos ver toda quarta, no final do programa Agenda, que começa às 19:30. Além disso, saiu uma nota sobre o invasões na Revista Pix, que você pode conferir acessando o site: http://mypix.terra.com.br, escolhendo a revista número 6. A notinha está na página 16, quem quiser, é só ler.

Mas fora isso tudo, vou falar um pouco sobre o início do Invasões. Quando estávamos na nossa terceira semana de trabalho, fizemos uma reunião para escolher as músicas de Israel. Na seleção, tinha um clipe da cantora Sarit Hadad. E vendo o rosto dela, não é que ela é a cara da Barbara Streisand. Deve ser porque elas são loiras e judias.

Piadinhas infames a parte, a semelhança das duas vai um pouco mais fundo. As duas começaram sua carreira bem cedo, cantando em clubes noturnos. Barbara começou com 15 anos e Sarit com 8. Os estilos musicais são completamente diversos. Sarit, por ser mais jovem e ter crescido em Israel, canta um estilo conhecido como música mediterrânea, uma mistura de instrumentos israelitas clássicos com música eletrônica, fortemente influenciado pelos ritmos árabes. Ela representou o país no concurso Eurovision, com este estilo em 2002. Streisand, que teve o auge de sua carreira nas décadas de 60 e 70, canta disco e baladas, muito ao estilo Broadway, onde ela começou a sua carreira. Mas, a principal diferença é que Sarit Hadad canta em hebraico e é por isso que ela está aqui.

Se você quer ouvir a Sarit Hadad para tirar suas próprias conclusões, ela é a primeira adição a temporada 2007 do podcast Invasões Bárbaras. Cliquem no nosso simpático ovo e dê uma ouvida nos programas que a gente já fez.
 
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