segunda-feira, outubro 30, 2006
Direto da Escânia

O blues e o reggae têm lá sua origem comum. No caso, o primeiro contribuiu como elemento formador do segundo. Mas falando em cena musical, cada um tem um espaço diferente, públicos diferentes, linguagens distintas. O blues dos negros do sul dos EUA da metade do século XX não parece casar muito bem com o reggae que da Jamaica ganhou o Caribe e o mundo, certo?

Não é bem o que pensa Peps Persson. Este cidadão sueco já era responsável, nos anos 60, por trazer o blues ao seu país e ao seu idioma de origem, um desafio que lhe rendeu amplo reconhecimento de público e de crítica.

Mas Peps Persson não parou por aí. No final dos anos 70, aventurou-se pelo reggae, misturando canções próprias e versões de clássicos de Bob Marley. Todas cantadas não em sueco, mas no dialeto de sua região natal, a Escânia, localizada no extremo sul do país.

Vale lembrar que, ao contrário do Olodum com seu samba-reggae, o escandinavo atacou cada ritmo ao seu tempo, tanto é que voltou a investir no blues em meados da década de 90. Mas nem por isso deixou de fazer um belo trabalho em cada um dos ritmos e alguns outros correlatos. Vale a pena conferir o programa sobre Peps Persson e de quebra ouvir a semana inteira da Suécia no nosso podcast.
 
Psicografado por Hidson Guimarães | Permalink | 0 comentário(s)
sexta-feira, outubro 27, 2006
México em dupla, sem duplo sentido
Durante as pesquisas que fazemos, uma coisa que nos impressiona é a familiaridade. Ver como bandas de países diferentes, de estilos diferentes, chegaram a resultados parecidos. Isso fica ainda mais intrigante quando notamos que o ponto de partida das bandas é onde mais diferem.

Em música, suponho não haver algo mais contemporâneo que o uso de novos elementos (dos quais o principal expoente seria a música eletrônica) em ritmos tradicionais. Praticamente todos os países que pesquisamos possuem sua própria "antropofagia", uma releitura dos ritmos tradicionais com uso de samplers, pick-ups e mixers.


No México, o que vem estourando nas paradas é a cúmbia-elétrica Miedo. A banda que a interpreta também é formada por uma mistura: o Sonido Lasser, do one-man-band Emilio Acevedo, já fazia seu som desde 2001, quando convidou a amiga Maria Daniela para incrementar suas músicas. A mistura deu tão certo que o combinado Maria Daniela Y su Sonido Lasser chegou a se apresentar também na Espanha, Suíça, Holanda e EUA.

O interessante foi o paralelo que traçamos entre MDySL e a banda brasileira Cansei de Ser Sexy. As duas bandas partiram de premissas diferentes, mas começaram despontando no cenário musical independente, fizeram uso principalmente da internet para divulgar seu trabalho, e têm sonoridades parecidas. Mais uma banda quebrando a resistência do Império a seu próprio modo.

http://www.myspace.com/mariadanielaysusonidolasser
 
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quarta-feira, outubro 25, 2006
Lituânia x União Soviética

Em outubro de 1989 o Muro de Berlim foi derrubado. A reunificação da cidade e da Alemanha acontecia de forma emblemática e mostrava para o mundo que aquele era o fim de uma era. O colapso da União Soviética era visível e as inúmeras nações que formavam o gigante vermelho buscavam sua independência.

A Lituânia foi a pioneira nesse sentido e se declarou independente em março de 1990. A decisão não foi unânime entre os lituanos, mas as tensões internas não eram o maior problema do país. O Exército Vermelho iniciou sua marcha rumo a Vilna (Vilnius), capital da Lituânia, e passou a tomar os principais prédios públicos para desestabilizar o movimento separatista. Como resposta, a população atendeu a um chamado do governo e foi as ruas.

No dia 13 de janeiro de 1991 o exército soviético cercou a torre de uma TV lituana e utilizou seus tanques para avançar contra civis que tentavam proteger o prédio. O escudo humano, que reunia cerca de 1000 pessoas, resistiu enquanto pode aos tiros - ao todo foram 14 mortos.

A música também fez parte dessa história. Foi com um show de rock que os lituanos conseguiram salvar a Casa da Imprensa da capital. Um dos organizadores do evento foi Andrius Mamontovas, então líder da banda Foje, considerado o grupo mais popular da história da Lituânia.

Mamontovas segue carreira solo desde 97 e seu sucesso continua. No Bravo Awards (espécie de Grammy lituano) ele já acumula 15 prêmios. Sem dúvida um dos maiores artistas da Lituânia e indispensável para aqueles que querem conhecer um pouco sobre a música do país.

Ficou curioso? Clique no simpático ovinho e “ôva-nos”. Os programas da Lituânia estão no podcast, assim como as semanas... Alemanha, Argentina e Romênia.


Site oficial: www.andriusmamontovas.com
 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 0 comentário(s)
segunda-feira, outubro 23, 2006
creio que tens o dom de curar este mal
Como levar a sério uma banda que se definisse como eletro-pop-melodramático? A resposta é muito simples: pra quê levar a sério?

Música pop é, por definição, comercial. Essa declaração, quando no contexto de vários estilos e bandas, já encaminha o raciocínio do leitor por um caminho pejorativo. Não é o caso. Sucesso comercial não é pecado. Ser pop não é pejorativo.

Essa mistura de eletrônico e pop deu muito certo, principalmente por ser o melodrama a parte que menos se deve levar a sério. A banda Argentina Miranda marcou presença no Invasões Bárbaras com uma música dançante, pra cima, ritmo envolvente e uma letra que me deixou vários dias cantarolando hespanices por aí. A banda é diversão pura.

Outra marca interessante que a banda deixou no programa. Com o clipe da música Don o Invasões Bárbaras fez sua primeira aparição como quadro do programa Agenda, na Rede Minas.
Deixo um presente pra vocês: não é sempre que podemos fazer isso, como nos sugeriu a Fernanda lá nos comments da Alemanha, porque nem todas as bandas que encontramos têm um site oficial, ou nem mesmo nós encontramos o site. Mas o Miranda tem um, muito bom, em que é possível ver os clipes. Divirtam-se: http://www.esmirandamiamor.com/
 
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sexta-feira, outubro 20, 2006
Uzbequistão.. Um país que quase ninguém consegue falar o nome
Uzbequistão. O país que não tem C. Não sei se foi a gente, ou a tradução, mas não encontramos nada com C. Talvez seja por isso que nessa semana não tocamos nenhum rock.

Fora as piadas, o Uzbequistão me impressionou por apresentar uma diferença num estilo que eu achava que era igual em todo lugar do mundo, o Hip Hop. O hip hop uzbeque realmente me impressionou positivamente.

Um país que conseguiu sua independência em 1991, aparentemente, exportava seu hip hop para a Rússia. Com anos aprimorando o produto, entrega algo de qualidade, mas sem deixar de lado sua influência cáucasa.

Um bom exemplo disso é o grupo ASR. Além de fazer um hip hop consciente ( suas letras giram em torno dos excluídos e das dificuldades que o Uzbequistão enfrenta) o ASR mescla o tão conhecido ritmo a instrumentos locais, fazendo algo que eu classifico como “Muito Maravilhoso”.

Estamos com alguns problemas com o nosso cd. Segunda-feira, iremos colocar todos os programas no ar. Desculpe o transtorno.
 
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terça-feira, outubro 17, 2006
Bicontinental
Diversas influências, dois continentes, quatro nomes e uma única cidade. Fundada Bizâncio pelos gregos, tornou-se Nova Roma quando o imperador Constantino cresceu o olho em sua localização estratégica. Acabou, entretanto, conhecida como Constantinopla, e assim permaneceu até que os turcos assumiram o lugar em definitivo e o rebatizaram.

Ao mesmo tempo asiática e européia, Istambul é metonímia da Turquia. O país que pertence a dois continentes, coleciona influências balcânicas, européias, asiáticas e árabes, já que é do oriente médio que vem a influência que define o arabesco, estilo muito popular no país.

A Turquia ainda não está no podcast, porque está no ar esta semana! Pelo 104,5fm de Belo Horizonte, às 15h15, você entra em contato com a música turca. Outra opção é a reprise, às 0h30. Ambas com a opção de serem acompanhadas pelo www.ufmg.br/online/radio . Gule gule.
 
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quinta-feira, outubro 05, 2006
Ouça o Manele
 
Psicografado por Vetrô Gomes | Permalink | 1 comentário(s)
No coração do mar eslavo...
... existe uma ilha latina. Conservou sua personalidade, manteve-se a mesma de coração, mas jamais esteve isolada pela geografia. Dialogou com a modernidade e devolveu ao mundo uma produção musical rica e com identidade própria.

Falamos da Romênia, cujo nome é referência do Império Romano. É de lá que trazemos um ritmo original, popular e polêmico. O manele é uma mistura de dance music e hip hop, muito influenciada pelas músicas balcânica e cigana.

A polêmica a que me refiro vem da dita alta-cultura, que torce o nariz para o ritmo que possui letras de temática semelhante às do hip hop americano. Outra semelhança é que a origem humilde e suburbana do gênero faz com que alguns artistas repitam freqüentemente as alusões à dificuldade da vida e a ostentação do dinheiro que conseguiram.

Críticas à parte, a força do estilo o trouxe ao invasões, pois não haveria como fazer um retrato fiel da música romena sem citar o manele, pela importância e força popular que ele tem. Afastados das críticas de juízo sócio-econômico e cultural do país, ficamos livres para avaliar o som com uma menor quantidade de interferência no julgamento. Recomendamos.
 
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terça-feira, outubro 03, 2006
Como funcionaremos?
Gostaria de agradecer a todos os comentários e a todas as visitas que tivemos em nosso blog até o momento. Esse post, como seu título explicita, tem como função explicar como iremos funcionar.

A princípio, colocaremos um texto a cada dois dias (aproximadamente) falando de nossas impressões sobre a cena musical de um dos países que já colocamos no nosso programa de rádio.

Assim que encostarmos na programação da rádio, iremos ficar um pouco mais devagar. Colocando um texto por semana, sempre seguindo a linha de impressões.

Nossa idéia não é impor nada a ninguém ou tratar apenas das músicas que fazem sucesso em determinado país. Estamos fazendo um trabalho de pesquisa para concluirmos nosso curso de comunicação social e essa pesquisa está tomando a forma de um programa de rádio. Estamos tentando ser representativos, mostrando o que acontece na cena musical de determinado país. Não estamos numa cruzada para derrubar nenhum império, estamos apenas utilizando o velho e bom marketing e fazendo uma brincadeira.

Qualquer dúvida sobre a nossa proposta, nosso método, ou qualquer outro assunto, estamos abertos para discutir. Nosso e-mail é invasoes@gmail.com e responderemos a todos os e-mails que nos forem enviados.

O próximo texto, se tudo der certo, será sobre a Romênia.
 
Psicografado por Vetrô Gomes | Permalink | 3 comentário(s)
segunda-feira, outubro 02, 2006
Ouça o primeiro programas dedicado à Alemanha
 
Psicografado por Tiago Capixaba | Permalink | 4 comentário(s)