
Ao acompanhar a abertura da mostra, nesta segunda, no Centro Cultural da UFMG, confesso que torci o nariz para os trechos dos filmes que foram apresentados. Tecnicamente falando, não observei nada primoroso. A explicação é simples: o cinema nigeriano parte de um esquema de produção artesanal, com orçamentos baixíssimos e prazos mínimos, que muitas vezes não chegam a um mês. Como resultado temos um número gigantesco de produções, simples, que agradam em cheio ao público local.
"Esses filmes estão tirando Hollywood do mercado. Eles mostram mais a realidade moderna dos africanos, falam de moral, aids, educação. E trazem uma conscientização sobre nossas raízes", afirmou o nigeriano Michael Olusegun Akinruli, convidado do primeiro dia da mostra. Uma fórmula eficiente. Nollywood fatura cerca de 250 milhões de dólares por ano.
Apesar disso, existe pouco apoio do governo e não há espaço para superproduções. Na lista dos 30 países mais pobres do mundo, a Nigéria, mostra, desta forma, que grandes verbas não são necessárias para se fazer cinema. Os africanos aperfeiçoaram muitas técnicas do cinema digital e utilizam edição caseira para colocar os filmes no mercado. A comercialização é realizada em camelôs, nas ruas das grandes cidades.
Em meio aos astros que já se formaram o cinema nigeriano mostra fôlego. Presença constante nos lares do país desde o início da década de 90, as produções chegam também a outras nações africanas. Ficou curioso? A Mostra de Cinema Nigeriano do FAN continua nesta terça-feira com duas atrações. Confira a programação.
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