sábado, novembro 10, 2007
Hormônios femininos invadem os Bárbaros

Uma hora e tanto de filme. História trágica atrás de história trágica. Trilha sonora carregada, envolvente. E uma figura pequenina, sempre vestida de preto, com andar característico, meio torto, voz esganiçada e humor oscilante, se destaca no meio disso tudo.

E por que ela aparece mais que qualquer um? Porque é a personagem principal. Óbvio. Mas por que nesse exato momento, quando você já se identificou com ela, já comprou a história, já está satisfeito com sua escolha de filme, ela brilha de novo e chama a atenção dos seus olhos? Porque está apaixonada. Vive o grande amor da sua vida e fica bela, muito bela.

Edith Piaf não era uma mulher das mais atraentes. Reencarnada por Marion Cottilard, no longa “Piaf – um hino ao amor”, há momentos que sua figura esquisita incomoda. Isso, até aparecer o boxeador Marcel Cerdan em sua vida. Ela se vê diante de um grande amor e nós, o público, nos vemos diante de uma transformação. Os olhos de Piaf/Cottilard brilham, ela está encantada com ele, e nós também. Quando Marcel morre (sim, ele morre), outra vez ela brilha. Mas é de sofrimento. E a única coisa que a consola é a música (não falo da morfina pra não quebrar o clima).

Na vida de Piaf, sofrimento se transforma em música desde os mais tenros anos de sua vida, até seus últimos momentos. E é música que dá gosto de ouvir. O maior nome de um estilo denominado “chanson francesa”, canta com a alma, e emociona a todos.

A maior "chanssonière" que a França (e o resto do mundo) conheceu é herdeira das músicas de cabaré dos anos 20 e 30. Seu estilo musical, no entanto, surgiu no período entre-guerras e se destacou por tratar do cotidiano dos franceses de forma bem particular. As letras carregam um quê de poesia satírica da Idade Média que, combinadas com melodias sentimentais e performances catárticas, fazem da chanson um estilo único.

Estrógeno à parte, "Piaf - um hino ao amor" é um bom filme para quem gosta de saber sobre música, assim como para quem gosta de um bom drama. Em uma das cenas finais, Edith Piaf afirma apenas que não se arrepende de nada em sua vida. Quem não viu o filme, que estreou nos cinemas no dia 12 de outubro, é que pode sofrer desse mal. Ele já saiu de cartaz, mas talvez possa ser encontrado nas locadoras. Vale a pena procurar.

No vídeo abaixo você pode conferir a voz, a música e a interpretação de Piaf.


 
Psicografado por Juliana Deodoro | Permalink |


2 Comentário(s):


  • Blogger Costoli (12/11/07 14:12):

    Boa resenha, Ju. A única correção que faço, imagino que os leitores irão gostar.

    Pra quem tiver se interessado pela história da francesa, Piaf continua em cartaz em algumas capitais brasileiras. Belo Horizonte, por exemplo, ainda restam duas salas. Mas é bom se apressar, não deve chegar a dezembro...

     
  • Blogger Juliana Deodoro (13/11/07 15:36):

    Poxa!
    Fui enganada pelo site. Mas me redimo..

    Piaf - um hino ao amor está em cartaz (pelo menos essa semana) no Belas- artes e no Ponteio Lar Shopping. (Para quem mora em BH, lógico).

    Aproveitem!!